Foi com surpresa que tomamos conhecimento, na passada sexta-feira, 22, das bombásticas declarações da senhora Secretária-Geral da UNTC-CS, proferidas durante uma conferência de imprensa na Cidade da Praia, em que aquela sindicalista acusou haver uma situação que ela própria considerou de “gritante e alarmante” e que nas suas palavras se assemelha a “trabalho escravo” nos Serviços Autónomos de Água e Saneamento no Maio.
Naturalmente que esta declaração causou-nos estranheza porquanto a sindicalista teve oportunidade de se reunir com o Presidente da Câmara Municipal do Maio, que apesar de dificuldades de agenda, proporcionou oportunidade para receber a SG da UNTC-CS, tendo no encontro abordado um conjunto de situações laborais na ilha.
A situação que a sindicalista quer generalizar está a ser equacionada e foi informada das razões por que ainda não se efetivou uma solução no SAAS que se prende com o processo de criação da Empresa Água e Energia do Maio, processo que impede, para já, adoção de algumas medidas como recrutamento de pessoal.
Do encontro entre as partes, e que decorreu num clima salutar, abordamos um conjunto de situações que precisam de ser melhoradas, nomeadamente, a questão das folgas e subsídios de turnos, tendo ficado um compromisso de se estabelecer um clima de diálogo entre a Câmara Municipal e a Central Sindical, para se poder encontrar as melhores soluções no quadro das leis vigentes. Próximo encontro estaria previsto para o mês de abril.
As declarações da SG da UNTCS-CS, permitam-nos que vos diga, está eivada de má-fé e até de uma tremenda falta de lealdade institucional que deve nortear as relações entre organizações idóneas.
Não aceitamos esta acusação, aliás, os próprios Colaboradores confirmam que desde que assumimos a Administração municipal temos vindo a engendrar esforços visando a melhoria da situação laboral de cada um, em particular.
Por exemplo. Situações de férias acumuladas estão praticamente resolvidas. Estamos a trabalhar para no quadro da Lei vigente sanar todos os constrangimentos como os subsídios de turno e outros que se mostrarem necessários.
É inconcebível que em pleno 2018, haja um único Colaborador nosso a fazer trabalho escravo. A posição da SG da UNTC-CS é de uma deselegância de bradar aos Céus.
Haverá, sim, uma ou outra situação que precisa de ser corrigida mas honestamente longe de ser trabalho escravo.
Estamos, no entanto, a trabalhar para resolução em definitivo de tudo quanto possa configurar violação dos direitos laborais.
A senhora SG da UNTC-CS veio ao Maio, não na qualidade de sindicalista mas sim numa missão de favorecer o PAICV local, estando sempre acompanhada e até instruída por elementos do PAICV. Isto, sim, é gritante e alarmante.
Questionamos, por isso, se nesta condição ela entende haver condições para a manutenção de um clima de diálogo franco e sincero entre as nossas Instituições.
Cidade do Porto Inglês, 24 de março 2018